O que é salário emocional? Entenda este benefício que é muito mais que dinheiro
Talvez em algum momento você já tenha ouvido falar do termo salário emocional. Ele tem estado muito em foco entre os recrutadores e as novas vagas que estão abrindo no mercado, mas você sabe o que é o salário emocional e por que ele é tão importante para os colaboradores e para a empresa?
De fato, por parecer algo simples, é por vezes negligenciada, afinal de contas, nós somos pagos para realizar uma tarefa em uma empresa e nem sempre as emoções são levadas em consideração.
É por isso que hoje muitos trabalhadores priorizam aspectos de qualidade de vida na hora de escolher uma nova colocação profissional. E é nesse contexto que o salário emocional aparece como uma forma de equilibrar a balança entre o trabalho e a vida pessoal.
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O que é o salário emocional?
O salário emocional é um conceito novo para algo que já existe há muito tempo e foi colocado em foco nos últimos anos, em que passamos mais tempo em casa trabalhando e em contato com nossas famílias.
Ele está muito mais relacionado com uma nova forma de incentivo ao trabalho, não focando apenas no ganho econômico — isto é, em aumento salarial ou de benefícios —, mas na busca por satisfação e bem-estar dos colaboradores no trabalho.
Diferente do salário convencional, ou seja, o pagamento que recebemos para trabalhar, o salário emocional está mais relacionado com o nosso propósito dentro de uma empresa.
Quando um empreendedor começa a organizar o seu negócio, é natural que ele pense sobre missão, visão, valores e propósito. O propósito é aquilo que move a empresa no sentido emocional, é ele o farol que vai nortear todos os outros pilares do porquê a empresa existe e por que abraçamos a missão de levar a empresa por meio do nosso trabalho até o objetivo final.
Quais são os benefícios do salário emocional para o trabalhador?
Como você pode perceber, o salário emocional não é igual para todos, principalmente porque cada um de nós possui algo de importância emocional mais forte do que o nosso colega de trabalho.
Por essa razão, cada empresa que adota a perspectiva do salário emocional para seus funcionários precisam entender que o funcionamento da metodologia deve ser flexível o suficiente para entender as demandas que vão aparecer.
Para o trabalhador, o salário emocional pode contar muito em situações em que ele precise passar um tempo a mais em casa para cuidar da família e dos filhos, ou quando morar muito longe do local de trabalho. São aspectos que a empresa leva em consideração ao iniciar a conversa sobre essa temática.
Além disso, ele possui muitos efeitos positivos aos colaboradores, principalmente porque vão se sentir mais confortáveis e terão maior senso de pertencimento, ao passo que a empresa demonstra que se preocupa não apenas com o trabalho, mas também com seu emocional.
Em grandes empresas onde a estrutura organizacional é complexa e possui vários níveis, desde auxiliares, analistas até coordenadores e C-levels, há a impressão de que a organização não se preocupa tanto com os níveis operacionais de funcionamento. E é aí que o salário emocional pode aumentar ainda mais o senso de valorização por parte dos funcionários.
Os benefícios para a empresa
Puxando o gancho sobre valorização dos funcionários, isso tem um efeito em cascata para a empresa ao reduzir, entre outros indicadores, mas principalmente, o turnover. Atualmente, com tantas vagas abertas no mercado, é natural que as pessoas fiquem tentadas a se candidatar a novas vagas de emprego mesmo estando empregadas.
Com uma boa estratégia de salário emocional implementada na empresa, os colaboradores se sentirão mais valorizados e se importarão mais com seus papéis na empresa, além de venderem a ideia de como é trabalhar ali para outras pessoas — o que resulta no aumento da atração de talentos e melhora no engajamento e endomarketing.
Outro ponto bastante interessante é o aumento da produtividade. Embora isso seja um aspecto muito subjetivo, funcionários que se sentem acolhidos pela empresa e sabem que suas demandas são ouvidas têm aumento em sua produtividade usual. Isso acontece principalmente nos casos em que a empresa flexibiliza os horários ou mantém o trabalho híbrido para pessoas que moram muito longe do escritório e que podem realizar os seus serviços diretamente de casa.
Para o gestor, também é muito importante medir como está a temperatura de suas equipes, pois todas essas sensações são percebidas pelo gestor e os resultados a curto e médio prazo aparecem fazendo com que ele possa avaliar com mais acurácia o bem-estar dos membros de sua equipe.
E para o RH, tanto a gestão de contratações como de desligamentos passa a ser mais leve, uma vez que, em um ambiente com salário emocional, as conversas são mais abertas e as trocas entre líderes e liderados acontecem de forma contínua.
4 exemplos de salário emocional
Perceba que existem várias formas de implementar o salário emocional em uma empresa, por isso é importante, antes de qualquer coisa, ouvir os funcionários e entender as demandas que são realizáveis e aquelas que são inviáveis.
Veja alguns exemplos de salário emocional aplicados em grandes empresas atualmente e que possuem bons resultados.
1. Horário flexível
Depois do advento do home office, os horários flexíveis se tornaram uma realidade mais tangível em muitas empresas. Ainda que as 8 horas de trabalho existam para haver organização, a flexibilidade foca mais na produtividade do que no cumprimento de horários.
Observe da seguinte maneira: você tem uma empresa de software e alguns de seus programadores fazem cursos de aperfeiçoamento para melhorar sua performance e o seu trabalho como um todo. De que adiantaria manter esses programadores trabalhando no escritório durante 8 horas seguidas se esses cursos que eles estão fazendo são de grande interesse para que os seus projetos sejam finalizados mais rapidamente?
É aí que o horário flexível pode agir de forma positiva em uma organização. Pequenas metas e objetivos facilitam no controle das tarefas e na observação de quanto tempo é gasto para realizar cada uma delas. Assim, o gestor também entende quais cadeiras podem ter uma flexibilidade maior e como manejar essa flexibilidade de acordo com o tempo.
2. Benefícios flexíveis
Essa já é uma realidade em muitas empresas brasileiras há alguns anos. Quando estamos falando de trabalhos que oferecem benefícios para seus funcionários, como vale-alimentação, vale-transporte e seguros, a flexibilização dos benefícios também pode servir para dar um gás a mais nos funcionários.
Existem programas de benefícios em que o valor depositado pode ser intercambiado entre os serviços disponíveis. Sendo assim, é possível o colaborador passar um valor do vale-alimentação para o vale-refeição, por exemplo. Outra situação é quando o vale-transporte acaba mais cedo do que o esperado, então ele pode transferir alguma quantia do seu vale-refeição para o vale-transporte.
Outro ponto também envolve os planos de saúde e odontológico. Atualmente existem programas de benefícios que oferecem atendimento por telemedicina com várias especialidades, planos focados inteiramente no atendimento psicológico e psiquiátrico, e programas de incentivo à atividade física. A participação do colaborador na escolha dos seus benefícios pode ser uma chave para você ganhar um grande aliado por muitos anos.
3. Momentos de lazer
Empresas que possuem metodologias de resultados trimestrais ou quadrimestrais podem quebrar um dos momentos mais difíceis para todas as equipes: o dia de apresentação de resultados.
Algumas empresas já implementaram uma solução muito simples de fazer com que a apresentação de resultados aconteça em apenas um período do dia, preferencialmente pela manhã, e depois todos os funcionários vão para um almoço ou para um lugar de descontração onde eles podem aproveitar o resto da tarde sem precisar trabalhar.
É um dia em que a empresa pode utilizar deste momento de descontração para falar sobre a sua cultura, os seus valores ou simplesmente comemorar os resultados e passar o resto do dia de folga com todos.
Há também empresas que possuem ferramentas de descompressão dentro do escritório, como sofás, puffs, mesas de jogos e até mesmo videogames. Mas, nesses casos, é importante ter prudência e agir fortemente na educação dos colaboradores para a utilização de tais recursos.
4. Extensão do período de licença maternidade e paternidade
Essa é uma prática ainda pouco explorada, mas que tem grande benefício emocional quando falamos de um dos momentos mais conturbados na vida de uma família: o nascimento de um filho.
Pela legislação em vigor, as mulheres têm direito a uma licença de 120 dias para cuidar dos primeiros 6 meses do seu bebê, enquanto os homens têm direito apenas a 20 dias de licença-paternidade.
Um movimento dos últimos anos em algumas empresas é aumentar a licença paternidade para 3 meses e permitirem que o pai trabalhe por mais 3 meses em home office (caso possível) para ajudar nos cuidados com o recém-nascido.
Há também algumas companhias que têm aumentado o prazo de 120 dias para suas mamães, ou permitem que elas trabalhem na modalidade home office por mais 6 meses quando é possível.
Incentive o desenvolvimento profissional com o salário emocional
Pode parecer algo simples, mas muitas empresas negligenciam que profissionais mais bem treinados podem trazer resultados melhores para o trabalho que desempenham dentro da companhia.
É interessante observar que, em um mercado tão competitivo como o que vivemos atualmente, ter profissionais especialistas em suas áreas e que se mantenham firmes realizando o seu trabalho é um pouco mais difícil, afinal os hunters, que são recrutadores caçadores de talentos, estão a todo vapor nas redes sociais atrás de pessoas bem qualificadas.
Por isso, trabalhar em cima do desenvolvimento profissional dos colaboradores é um grande diferencial para o salário emocional que eles recebem. É possível ofertar um budget por pessoa ou por setor para a realização de cursos livres e de aperfeiçoamento, ou também contribuir com alguma porcentagem nos cursos que de certa forma tenham relação direta com o trabalho do funcionário na empresa.
Outro ponto de extrema importância é o conhecimento em línguas estrangeiras. É fundamental que empresas em busca de abertura de novos mercados tenham colaboradores que falam outros idiomas, para que os seus negócios se expandam a outros países.
É por esse motivo que é essencial contar com instituições de ensino especializadas no treinamento de pessoas para se comunicarem bem em outras línguas. Aproveite e conheça os cursos do Berlitz focados em empresas de qualquer porte e os treinamentos executivos para otimizar ainda mais suas equipes.